É só abrir um site de notícias, nacional ou internacional, ou ir a uma banca e olhar as revistas, ou mesmo assistirmos alguns canais de televisão, para vermos várias delas referentes ao (sub)mundo das celebridades. Fulana fez X ou Y? Foi vista em algum lugar com outra pessoa? Nada escapa dos olhos mágicos da mídia.
Pergunto: Qual a relevância de tais informações? E por quê há tantas pessoas interessadas em saber se a Fulana da novela das 8 foi vista em uma praia ou se o Sicrano está pegando (ah, como eu odeio esse termo... mas esse não é o objetivo do post) a ex-mulher do Fulano?
Simplesmente, constato que há uma necessidade de - para completar o vazio na existência da maioria das pessoas - saber tudo sobre outras pessoas não tão relevantes, de forma a ter algo inútil para contar, imitar.
Um jeito simples de manter as pessoas entretidas, sufocadas em irrelevâncias e futilidades diversas, criando nelas a ideia de um estilo de vida insustentável, para que elas fiquem passivas aos fatos que realmente ocorrem. De manter as massas caladas, drogadas, por meio de uma fantasia de falsas felicidades e satisfações, como forma de manter a.
E, principalmente, esse tipo de conteúdo é uma das bases da cultura do sensacionalismo, tão querida pela mídia, aquela que transforma qualquer acontecimento - por mais insignificante que seja - em um espetáculo de circo, ou um festival de apedrejamento quando assim for necessário (como o caso de alguns programas de TV), aquela que transforma qualquer barraco em um camping completo. A apelação e a ignorância tornaram-se necessárias, hoje, para lutar pela audiência: basta olhar alguns dos programas dominicais ou de "humor".
Se fosse apenas uma página em uma revista semanal, tudo bem, poderia até tentar considerar que faz parte das notícias. Mas o pior é ver que existem publicações inteiras dedicadas a isso. E consumidas por uma geração que quer estar por dentro do que se passa no mundo dos famosos - e, talvez, um dia ser um deles, para ser famoso e, portanto, vítima da perseguição.
Isso quando as fofocas não vão para o lado sexual. Conspirações sobre a sexualidade de alguém são comuns, e ora essa pessoa é tratada como revolucionária, quebradora de paradigmas, ou é vítima do moralismo enlatado da sociedade. Estranho ver que a vida entre quatro paredes de uma pessoa pode significar tanto para milhões de outros que - aparentemente - não tem vida entre quatro paredes.
Mas tudo bem, não será esse post que acabará com o pão e circo, afinal the show must go on. E, para entreter a audiência, vale tudo. Inclusive desrespeitar a liberdade e o direito à privacidade. Atolar em informações desnecessárias, de forma a dificultar ou impedir o pensamento crítico e a reflexão. E, inclusive, trazer fotos "exclusivas" da modelo pega com outra pessoa, ou confissões sexuais ardentes. Tudo isso para uma geração que não tem mais o que fazer além de monitorar a vida de outras pessoas, tomando notas de cada passo e guardando todas as informações para, um dia, serem usadas como sabão na lavanderia de roupa-suja da vida.
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