Opiniões e considerações sinceras sobre temas diversos, vindas de um engenheiro que escreve nas horas vagas (ou o contrário).
sexta-feira, 23 de março de 2012
Em caso de dúvida, não clique nem compartilhe
Clique para ver quem visitou seu Facebook, sua conta foi bloqueada, entre outros: palavras que constam de boa parte dos murais no Facebook e que são alvos certeiros dos filtros de spam, e que vemos todos os dias a ponto de ser irritante. Assim como correntes e supostos grandes negócios que aparecem na internet: tudo não passa de um conjunto de armadilhas planejadas para pegar as pessoas pela sua curiosidade (ou desespero) e pela falta de ceticismo.
Muitos de nós somos (in)felizmente fisgados pela curiosidade de saber as últimas fofocas, de ter aquele desconto mágico ou de ganhar dinheiro fácil pela internet, ou pela preocupação que uma mera linha de assunto dizendo sua conta tem uma irregularidade pode trazer. Infelizmente, somos vítimas facílimas de uma boa dose de engenharia social explorada por esse tipo de golpe.
Uma dose razoável de ceticismo poderia evitar diversos problemas causados por esse comportamento: bastaria pensar por alguns minutos para perceber que ninguém que tivesse descoberto como ganhar dinheiro na internet, ou como comprar produtos por 1% do preço deles, sairia divulgando esse fato abertamente, e que não faz sentido eu honrar avisos de que foi bloqueada uma conta em um banco no qual nunca pisei.
(Claro, existem outras causas de crimes virtuais, roubo de dados etc...? Existem: nenhum sistema está absolutamente imune a um exploit ou a um invasor suficientemente obstinado; mas arrisco dizer que essas são exceções)
A mesma coisa pode-se dizer para outros comportamentos que, embora não caracterizem crimes, já se tornam inconvenientes: pessoas com a mania de compartilhar tudo, sem verificar fontes, sem verificar validade das informações lá descritas. E ainda por cima, se julgam ativistas, ou como eu vi esses dias, protestam contra a manipulação da mídia - que interessante: protestam contra a manipulação usando mentiras e meias-verdades para manipular pessoas.
(Felizmente, a maioria das redes sociais já fornece ferramentas para controlar isso; aplaudo especialmente o Google+, que permite um bom nível de granularidade na composição da minha página).
Compartilham causas e histórias sem pesquisarem sobre a veracidade delas, compartilham revoltas infundadas, simplesmente porque todo mundo está compartilhando. Qualquer refutação é recebida com falácias, com ataques pessoais, e outros comportamentos não tão racionais, humanistas (aham, sei) como já vi algumas dessas pessoas se auto-intitularem.
Por fim, vemos pessoas compartilhando notícias fakes, de sites como o Sensacionalista, G17 e afins, e ficando irritadas quando elas eram corrigidas. Porque obviamente, qualquer opinião divergente significa alguém que está contra ela, visto que é óbvio que os brasileiros são a escória do Facebook e que o Mark Zuckerberg demonstrou incomodação - tem que ser muito idiota pra não ver isso, certo?
Ceticismo - ao contrário do que pode parecer para muitos, até mesmo pelos contextos em que a palavra é comumente usada - não se refere apenas a questionar religiões e ideologias: ele pode (e deveria) ser aplicado a qualquer situação no dia-a-dia. Principalmente quando você está colocando dinheiro, dados pessoais ou mesmo sua reputação em jogo. Em caso de dúvida, não clique e nem compartilhe: você não vai ganhar um iPhone, nem vai ganhar milhas, fazer grandes negócios ou salvar as baleias.
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