segunda-feira, 13 de junho de 2011

Transporte Público: você está fazendo isso errado.

Recentemente, li um comentário de uma pessoa que criticava a luta do DCE da UFSM para impedir o aumento nas passagens de ônibus. Tal pessoa argumentava o que é um aumento de R$ 0,10? Eu, e mais boa parte das pessoas que usa ônibus cotidianamente nesta cidade, respondemos: é muito! Vamos a dois pequenos exemplos que já presenciei:

  • Outro dia, para voltar para casa eu tive que pegar um ônibus sobrecarregado de tão cheio (acredito eu que tinha mais de 80 pessoas), que chegava a ter dificuldade para vencer algumas subidas devido ao peso e a sua idade. Um ônibus no qual era praticamente impossível se movimentar.Fico imaginando o caos que seria se alguém lá dentro declarasse que era um assalto, ou mesmo se alguém passasse mal lá.
  • Costumo pegar o ônibus Faixa Nova devido a me poupar um quilômetro de caminhada. Ocorre que, no horário onde ele é mais necessário - ou seja, 17:00 às 18:00, há um grande vácuo na disponibilidade dessa linha, são muitos poucos ônibus para muita gente que sai nesse horário. E o mais legal de tudo, esta linha simplesmente inexiste nos fins de semana. Felizmente as provas em sábados foram banidas do meu curso, senão não conseguiria fazê-las sem depender de transporte individual.
Outro problema crônico é a limitação artificial do número de passagens que posso comprar como estudante. Se eu faço um estágio e preciso de mais passagens do que uma pessoa que somente estuda, não tenho opção senão pagar as passagens extras do meu próprio bolso. Não é o meu caso, mas é o caso de muita gente; não sei como ficou a situação com o uso do bilhete eletrônico, mas pelo que sei ela não mudou.

Sem falar nos ônibus que mudam de rota sozinhos (por duas vezes, um ônibus onde claramente estava escrito "Faixa Nova" simplesmente foi pela Faixa Velha), ou mesmo que não descem nas paradas.

Tenho medo de um dia me ver com uma perna ou um braço quebrados, usando muletas, e tendo que andar de ônibus, posto que não dirijo (e mesmo que eu dirigisse, obviamente não teria condições de fazê-lo nessa situação). Coitado de quem está machucado ou doente e precisa ir pro HUSM de ônibus.

O que são R$ 0,10 a mais? Muito, para um serviço que melhorou exatos R$ 0,00. 

Como querem que Santa Maria quer ser uma cidade moderna, quer atrair investimentos, quer ter um parque tecnológico etc... quando nem um serviço de ônibus decente a gente tem? Como querem que as pessoas usem transporte coletivo com ônibus que vão estufados e devagar-quase-parando - qual a vantagem que o ônibus, neste contexto, tem perante o carro? Nenhuma.

Faço a pergunta: quantos dos que trabalham lá na ATU de fato usam o serviço por ela administrado? Quantos dos que trabalham definindo rotas e horários conhecem a realidade dos usuários do sistema? Nunca fui ouvido, e acredito que nenhum estudante foi, na hora de planejar os horários. Estranha associação essa que não ouve seus usuários, mas depois quer impor aumentos...




Termino com um vídeo bem interessante que foi repassado pelo DCE da UFSM, com cenas que todos os usuários de ônibus já presenciaram, de certa forma:



Foto do post: http://twitpic.com/54v242 (créditos: @juliadelcarmo)

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