sábado, 7 de março de 2009

Tum... tum... tum... tum...


Normalmente, o objetivo de instalarmos equipamentos de som em nossos carros é para tornar nossas viagens menos tediosas e mais agradáveis, e/ou para podermos nos informar enquanto nos deslocamos. Música ou notícias que são audíveis apenas para os passageiros. Até aí tudo bem.

Entretanto, há uma classe de pessoas que decidiu que o carro deve ser a sua balada sobre rodas. Um porta-malas cheio de caixas de som, um amplificador e, em alguns casos, uma bateria extra para aguentar a carga (como eu já vi feito em algumas gambiarras, daquele tipo que corre o risco de explodir a qualquer momento no trânsito).

Essa subespécie é encontrada em postos de gasolina (cujos donos, muitas vezes, são indiferentes, afinal, "são clientes") e ruas grandes, em qualquer fim de semana. É o tipo que vai estacionar, abrir o porta-malas e colocar o "pancadão" no volume máximo, em uma tentativa de atrair as "marias-gasolina", exemplares, muitas vezes desprovidos de conteúdo, que sentem atração sexual pelo barulho dos graves.

A sua playlist sempre se repete: o último sucesso "das pistas", original ou em remixes (produzidos por "DJs" que, em certos casos, baixaram um editor de áudio na internet e já se dizem artistas e músicos), funk, qualquer coisa que sirva para ficar batendo. As letras não importam, tampouco a qualidade da música, o que importa é fazer barulho, em uma guerra de decibéis, capaz de fazer algumas construções tremerem, e de sanidade, obviamente mantida pelo fato de estarem hermeticamente fechados dentro de suas cabines de comando.

Se alguém pede, educadamente, para que essas pessoas respeitem o horário de silêncio (previsto em lei), corre o risco de ser vítima de agressões dos "ouvintes", com o seu método de impor aos outros aquilo que não são capazes (no caso, respeitar). Assim sendo, qualquer pessoa que precise acordar cedo no outro dia é torturada pela poluição sonora, cujo efeito prejudicial fica bastante claro. Chamar a polícia também já não basta: ao verem que os pulissa foram embora (sic) eles voltam com a intensidade dobrada, em uma tentativa de demonstrar quem manda nessa espelunca.

Já não basta o inferno do trânsito em qualquer cidade maior, temos que tolerar as sessões de tortura. As sessões de exibicionismo, do tipo "eu tenho 59273502870874 watts e não te do-ou!". Um ritual de acasalamento entre seres da mesma espécie. Ou, simplesmente, uma forma de masturbação para pessoas impotentes, cujo órgão sexual se tornam os equipamentos de som.

foto tirada de: http://www.flickr.com/photos/rmeneses/2905852889/

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