Tiro os meus fones de ouvido depois de uma longa sessão apreciando algumas obras de arte sonoras e me choco com a realidade. Lá fora tocam alguns barulhos estranhos, tento reconhecer alguma melodia, alguma letra, mas não consigo. Gostaria muito de ter a boa-vontade de chamar isso de "música", mas infelizmente não há como.
Parecem falar em alguma língua estranha, "maria, maria, maria gasolina", "chupa, chupa, chupa que é de uva", "créu, créu, créu", códigos estranhos, misturados a uma batida repetitiva, mecânica, em um volume consideravelmente maior do que o tolerado pela audição humana. A trilha sonora perfeita para uma sessão de tortura, cujas vítimas alegremente bebem e fumam, como se nada parecesse estar errado com elas e seus carros lotados de caixas de som.
De acordo com a minha idade, deveria estar lá, exatamente como os muitos outros ditos normais. Se tento protestar ou reclamar de alguma forma, ainda que pacificamente, sou rotulado de "preconceituoso contra a cultura popular", "repressor dos pobres", "careta", "metaleiro nerd fdp", e todos esses argumentos vazios, exatamente como a mente dos ouvintes de tal produto.
Mas tudo bem, essa é a "música do momento", que será descartada como qualquer outro produto feito de plástico, perfeita para uma geração de "pegação", de "beber, cair e levantar", cujo objetivo é esperar até a próxima "balada". Produto perfeito para uma geração de produtos: uma cacofonia de meia-dúzia de barulhos para mentes quebradas.
np: Iced Earth - When The Night Falls
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